Nesse sábado, no programa Estrelas, Angélica, juntamente com Pedro Bial, visitou a casa de Pablo Neruda, que agora é um museu aberto para visitação, em Isla Negra.
Isla Negra é uma pequena vila de pescadores a cerca de 100 km de Santiago. Neruda chegou lá em 1939 e esta é considerada a casa mais interessante, guardando ainda a maior parte do acervo do poeta. Nessa casa é possível compreender bem o fascínio de Pablo Neruda por coleções. Não coleção de uma ou outra coisa, mas coleção de tudo. A ideia de Neruda como colecionista fica clara aqui. São mais de 3.500 objetos de todo o mundo espalhados pela casa.
Neruda, como todos sabem foi um poeta chileno de enorme influência para a poesia castelhana. Poeta premiado e cheio de paixões, entre elas a carpintaria, o mar e a gastronomia E baseado nestas últimas ele escreveu um de seus mais famosos poemas, o Ode ao Caldillo de Congrio.
Além da visita, Angélica e Bial descobrem como se faz um dos pratos preferidos do poeta: o "Caldillo do Congrio" – ou "Caldo de Congro", iguaria que Neruda homenageou escrevendo um poema, e que será preparado pela chef Sabine na cozinha montada ao lado de fora da casa.
O Caldillo de Congrio é um dos pratos tradicionais da costa chilena à base de peixe.
Seguem alguns versos traduzidos do poema:
“No mar/ tormentoso/ do Chile/ vive o rosado congro,/ gigante enguia/ de nevada carne./ E nas panelas/ chilenas,/ na costa,/ nasceu o caldo/ grávido e suculento,/ proveitoso./ [...] Enquanto/ se cozem/ com o vapor/ os régios/ camarões marinhos/ e quando já chegaram/ a seu ponto,/ quando coalhou o sabor/ em um caldo/ formado pelo suco/ do oceano/ e pela água clara/ que desprendeu a luz da cebola,/ então/ que entre o congro/ e se mergulhe na glória,/ que na panela/ se azeite,/ se contraia e se impregne./ Já só é necessário/ deixar no manjar/ cair o creme/ como uma rosa espessa,/ e ao fogo/ lentamente/ entregar o tesouro/ até que no caldo/ se esquentem/ as essências do Chile,/ e à mesa/ cheguem recém-casados/ os sabores/ do mar e da terra/ para que nesse prato/ conheças o céu.”
Ao ler esse poema tão inspirador, dá uma vontade de experimentar esse prato...hummm
Então, segue a receita:
Ingredientes para o caldo de peixe
- Um quilo de cabeça e ossos de congro
- Duzentos e cinqüenta mililitros de vinho branco
- Dois litros de água
- Uma cebola cortada
- Dois talos de aipo picados
- Uma cenoura cortada
- Louro, tomilho e sal a gosto
- Sal e pimenta a gosto
Passo a Passo do caldo de peixe
- Lavar bem os ossos e a cabeça sem deixar vestígios de sangue
- Colocar todos os ingredientes em uma panela
- Deixar ferver e, depois, cozinhar em fogo baixo por mais 25 minutos, mais ou menos.
Ingredientes para o caldo de congro
- Um litro e meio de caldo de peixe (já pronto)
- Quatro colheres de sopa de azeite
- Duas cebolas sem casca cortadas em lascas
- Três dentes de alho picados
- Quatro tomates sem casca e sem sementes cortados em pequenos cubos
- Dez camarões calibre 20-26
- Dez postas de congro vermelho
- Cem mililitros de creme de leite
- Uma gema de ovo
- Salsinha picada a gosto
Opcional: Trinta rodelas de batatas pré-cozidas
Passo a Passo do caldo de congro
- Fritar as cebolas e o alho no azeite até obter uma cor dourada e reservar.
- Em outra panela, fritar o tomate em azeite e cobrir com o caldo de pescado
- Dourar as postas de congro no azeite para selar o peixe, evitando que ele perca água
- Colocar uma parte das cebolas fritas, o tomate cozido e os peixes em uma panela de barro
- Adicionar o caldo de peixe
- Cozinhar em fogo baixo até que os peixes fiquem no ponto
- Adicionar o creme de leite diluído em um pouco de caldo
- Acrescentar a salsinha a gosto
Delicie-se com esse magnífico prato tão apreciado no Chile.
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